Diário Velho

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Casa dos Sonhos.

(Minha casa de bonecas (':)

Eu devia ter uns cinco/seis anos quando a casa na Serra da Cantareira dos meus avós ficou pronta.Era linda, enorme, podiasse ouvir o canto de um galo ao amanhecer e o som das cigarras ao anoitecer. Nessa casa, havia uma piscina, que era muito gelada, lembro que meu avô me falava para pularmos, pois aqueceria nosso corpo e não ficariamos com frio. Ao redor dessa piscina, um gramado verde e extremamente lindo fazia o lugar preferido de um cachorro da raça Bichon, chamado Dillon que se esfregava na grama para fazer graça. Ainda enfrente da piscina, havia uma churrasqueira, onde várias vezes meu irmão falava: "César" - o caseiro "Faz uma inguiçinha aí!". Em cima da mesa, ficava uma fruteira com as mais variadas frutas, lembro que um esquilo comeu todas elas! Minha casa de bonecas ficava nos fundos, ela era rosa e branca, estava sempre arrumada e eu adorava passar horas brincando lá dentro. Na cozinha, tinha um rádio para minha avó ouvir música em quanto cozinhava, mas era eu quem ouvia, Sandy e Júnior e Rouge. A parte que me faz sorrir cada vez que eu falo dessa casa, é o jardim, com borboletas, formigas e flores de todos os tipos. Nos galhos das árvores conseguiamos ver e muitas vezes dar bananas para os macacos. Uma mala cheia de bonequinhas antigas, fazia-me sorrir cada vez que eu a abria. O Papai Noel esteve por lá, fiquei com medo dele e minha avó estava lá para me abraçar e me dizer que não havia motivo para temê-lo, afinal era apenas um bom velhinho que estava vindo entregar meu presente. No sótão, tinha uma rosa dos ventos desenhada no chão e meu avô me perguntava qual era o norte, o sul, o leste e o oeste. No natal, uma grande árvore era montada e rodeada de presentes, minha prima e eu ficávamos morrendo de curiosidade para saber o que tinha dentro de cada embrulho. 1 ano depois a casa foi vendida. Não mais macacos, casa de bonecas, rosa dos ventos, piscina gelada, churrasqueira, esquilos, jardim...Eu era muito pequena para entender que eu nunca mais veria aquela casa, hoje tenho a casa guardada em um lugar especial da minha memória, do meu coração. Apenas alguns flashes sobre o que aconteceu lá. Mas me lembro perfeitamente do tamanho e da beleza daquela casa, que me ensinou o que é saudade.

Jah;

Um comentário:

  1. Melhor que lembranças? Só outras que vamos vivendo. E coitados dos estrangeiros, que não tem essa tal palavra, saudade. A mãe de todos os outros sentimentos. Lindo texto. Parabéns (:

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