Diário Velho

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

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Eu tinha um amigo. Um melhor amigo, na verdade. E ele era tudo para mim. Seu nome era Dillon, meio incomum, mas combinava com o seu rosto e eu adorava chamá-lo de Digo. Claro que esse amigo não é uma pessoa, mas sim um cachorro. Minha tia o comprou quando ainda era adolescente, ele me conhece desde que eu era um bebe. Eu sempre fazia carinho nele, ele me seguia pela casa e quando eu dormia com a minha avó, Dillon dormia no pé da minha cama. Ao chegar na casa dos meus avós, começava a latir e para acalmá-lo eu dava petiscos à ele. Dillon já morou em inúmeras casas, já foi mordido por um cachorro e deitou-se na grama em frente ao portão da casa da minha avó e ficou esperando alguém aparecer para acudi-lo. Ele corria pela casa com chinelos, almofadas, pelúcias na boca e eu adorava correr atrás dele. Quando ele ficava sozinho em casa, subia na mesa e depois não conseguia descer. Corria atrás de borboletas. Se apoiava na minha cadeira e ''pedia'' pela comida que eu estava comendo. Ele corria tanto que as orelhas balançavam com o vento. Quando eu mexia no computador, ele ficava na porta do escritório me fazendo companhia. Eu dava comida à ele e o observava comer. Eu o abraçava, o beijava...Tenho saudades, muitas saudades. Dillon começou a ficar velhinho no ano passado, com 16 anos, se não me engano! Meu avô mudou para um apartamento onde havia escadas e o pobre cachorro nao conseguia mais subir, foi quando minha avó resolveu dá-lo a caseira da antiga casa dela. Foi o fim para mim. Os caseiros sempre mandam notícias, Dillon está feliz, mas começou a ficar surdo e um pouco cego, quase todos os dentes já caíram e ele não reconheceu minha avó, que foi visitá-lo alguns meses depois. Quando ele morrer, será uma grande decepção para mim, pois esse cachorro foi incrível e fez parte da minha vida. Ele me deu tanto carinho, amor, atenção sem querer nada em troca. Isso que é ser amigo.